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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA EAD PARA A PEDAGOGIA

O desenvolvimento da EAD como alternativa democratizante de uma prática positiva na transformação social e como ferramenta imprescindível no mundo moderno é dado como certo tanto no Brasil como no resto do mundo.
Vivemos em um mundo globalizado onde mercadoria, serviços, informações e conhecimentos são disseminados de um lado ao outro do mundo em pouquíssimo tempo. A escola tradicional não está conseguindo acompanhar essa evolução técnico-industrial e teleinformacional dos tempos atuais. A EAD é uma opção imponente que já mostrou ao mundo suas potencialidades. A Pedagogia utilizada nas escolas tradicionais deve se utilizar desse meio largamente difundido em alguns países e quase nada em muitos outros.

Pedagogia sem EAD

A escola para todos é um fenômeno recente no Brasil e no mundo. Embora ainda não atinja 100% da população brasileira esse número está bem próximo de ser alcançado. Porém em outros países, principalmente os mais pobres, esse número está
muito longe de ser atingido.
Para Penin ,
No decorrer da história, a escola foi a instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado. É o lugar onde, por principio, é veiculado o conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às novas gerações. Nenhuma outra forma de organização até hoje foi capaz de substituí-la. ( p.19)

No Brasil e no mundo, as formas que foram utilizadas para repassar esses conhecimentos são bastante diversas. Depende do momento histórico, do lugar, das tradições culturais, da religião e até da política local adotada por esse povo.
Desde os tempos mais remotos, a função social da escola era bastante excludente (ainda é em muitos lugares), pois só atendia a parcela dirigente da sociedade. Até mesmo a origem da instituição começou de ponta-cabeça; primeiro veio as universidades e só depois as demais graduações.
Para Penin, o Brasil, desde o início de sua história, tem tradição de uma educação excludente, elitizada, destinada apenas para a minoria mais rica da população.(2001, p.19)
Conforme já dito, a pedagogia adotada era e é bastante diversa . Mas Dalmas avisa,
“Muitos educadores estão convictos de que podem ficar à margem do político. Esta crença demonstra alienação. Dizem ter um posicionamento neutro, mas, na verdade, prestam um serviço aos que procuram manter o ´status quo´. A educação não é neutra. Por ela se reforça ou se modifica a situação da sociedade”. (p. 36)


Portanto, o modo como cada nação/instituição escolhe para disseminar o saber está arraigado no seio da sociedade subjacente em que esta se encontra.
O problema maior, é que quase sempre, os métodos utilizados, independente, às vezes, da Pedagogia adota no Projeto Pedagógico destas instituições, nem sempre são atraente o bastante para que o aprendizado ocorra com prazer por parte do educando. Azevedo e Silva diz na realidade que em um tempo não muito remoto
O trato dispensado às crianças que não conseguiam acompanhar, ou se mostravam alheias aos ensinamentos, ou ainda se mostravam indisciplinadas, simplesmente, era estarrecedor, pois se imagine vendo uma criancinha sendo tratado como o pior dos criminosos, a chicotadas, agredidas com varas, palmatórias, puxadas suas orelhas, de joelho sobre milho ou feijão. E é bom que se diga que nem mesmo a bandidos, as nossas leis já não permitem esse tratamento desumano, imagine a uma criança.
O problema é que esses castigos perduram até hoje sob nova égide, inclusive garantidos nos regulamentos internos e ratificados nos Projetos Políticos Pedagógicos. Numa nova roupagem, as advertências, expulsões, suspensões, retiradas de sala de aula, diminuição de notas, gritos e todos os outros tipos de constrangimentos sofridos por crianças e adolescentes nas instituições educacionais, ainda são meios utilizados para punir os mais “desinteressados” ou “indisciplinados”. (p. 10)

Na Pedagogia da EAD punições como essas acima citadas são quase impossíveis de ocorrer pois os espaços ocupados pelos educandos e seus tutores não são os mesmos, os contatos interpessoais diretos são bem menos, além do mais, em alguns casos, existe uma vigilância maior para averiguação de fatos, o que deixa menos improváveis situações como as citadas.

Pedagogia na EAD x Pedagogia Tradicional

O descrito acima não é realidade em toda escola pública brasileira, lógico. Existem muitas escolas públicas com alta qualidade de ensino, com métodos e técnicas adequadas onde o aluno se sente valorizado, respeitado, amado e assim desempenha bem o seu papel como aprendiz de futuro cidadão. Mas no geral, a reclamação, a insatisfação da sociedade, os números estatísticos de reprovação e evasão, as médias obtidas em todos os tipos de provas que o Brasil participa em nível internacional, e até mesmo aquelas elaboradas pelo próprio governo brasileiro mostra uma realidade muito aquém da desejável.
Porque, embora aja na maioria das escolas um Projeto Pedagógico, volto a insistir nisso, com uma tendência filosófica e pedagógica altamente crítica da realidade, voltada para a transformação social, o que existe na realidade, pelo menos nas escolas em que trabalhei no Estado do Amapá, e não foram poucas, é o sistema tradicional de ensino imperando em quase todas elas. São escolas domesticadoras, limitadoras, castradoras, que tratam o aluno quase como demente, em que o aluno não é ouvido, os órgãos colegiados não existem, quando existem é só no papel, cooptando qualquer iniciativa do educando.
Longe disso está a Educação a Distância, pois para que o aluno tenha sucesso é indispensável determinação, organização, participação, comprometimento, autonomia, interesse, empenho e método próprio de estudar. As condições para ser um bom aluno na EAD, apesar de não parecer, já que dá uma imagem largada da realidade, é ter horários fixos, concentrações nas atividades, motivação intensa e intrínseca, proatividades nas intervenções, disciplina de tempo para estudo, prazer em lidar com tecnologias, gosto por leituras e pesquisas e, pontualidade nas entregas dos trabalhos.

Os obstáculos da EAD

O corporativismo dentro da educação é tão grande quanto em qualquer outra profissão. Os intelectuais da sociedade burguesa se vêem na vanguarda do pensamento educacional e pensam que sabem tudo a respeito do assunto. No Brasil e boa parte do mundo a EAD ainda não desabrochou por conta de pensamento retrógrado da elite pensante dominadora, assim como, por causa da falta de políticas públicas para o setor.
A percepção que se tinha até pouco tempo a respeito da EAD era de uma educação com poucos parâmetros, com resultados discutíveis e até preocupante, em algumas áreas do conhecimento, principalmente aquelas em que a prática é imprescindível, como exemplo a da saúde.
Com o tempo e os resultados obtidos nos exames em que se submeteram, os alunos da EAD têm mostrado que são altamente competitivos e já conseguiram notas, em alguns, até superiores aos alunos das instituições presenciais.
As empresas já utilizavam a Educação a Distância na formação dos seus quadros, mas muitas outras ignorantes dos resultados já constatados não vêem com bons olhos os funcionários que chegam com um diploma da EAD, optando mais aqueles das instituições presenciais nas escolhas de seus funcionários. Isso também deixa preocupada as pessoas que também procuram esses meios de formação, pois podem não ter a devida legalidade no mercado de trabalho. O exemplo disso é o nosso curso de Mestrado em Educação, que não temos certeza se iremos revalidar nosso diploma para obtermos a nossa ascensão funcional e assim uma melhoria na nossa qualidade de vida e das nossas famílias.
Todavia, parte da culpa desse episódio está nas nossas autoridades, principalmente as educacionais, que por conta do corporativismo, já citado atrás, não elaboram leis para regularizar/normatizar a Educação a Distância, deixando que milhões de brasileiros não tenham acessos a cursos de pós-graduação principalmente na área de Mestrado e Doutorado, com a desculpa de defender a qualidade na educação.

Comentários finais

A Educação a Distância, além de desenvolver no aluno mais competência, autonomia, independência e até uma melhor integração com o curso ao qual está vinculado, é menos onerosa aos cofres públicos, de maior alcance às classes menos favorecidas economicamente e menos fatídica em relação aos métodos da educação tradicional.
Dentro da Educação Presencial seria de bom grado, que em breve, como já ocorre em alguns estados americanos, que adotasse o método da EAD em algumas disciplinas como por exemplo as que trabalham os temas transversais.
É lógico que será indispensável um investimento das autoridades públicas para implementar em todas as escolas do Brasil, laboratórios de informática com acesso a internet em todo território.
Na Amazônia teria um problema a mais, pois muitas escolas estão em áreas distantes dos centros das cidades onde não há energia elétrica, e nem mesmo as escolas tem qualquer estruturas para receber tais componentes. Sem falar que, em sua maioria também não haverá profissional treinado para operar o equipamento e oferecer aporte as comunidades.
Portanto a importância da EAD para a Pedagogia por mais que seja indiscutível, precisa-se levar em conta as peculiaridades de cada lugar, principalmente no Brasil, que tem enormes distorções geográficas, políticas e econômicas.

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